Lençóis Maranhenses, MA: quando ir, como chegar, o que visitar
Veja o roteiro de até 5 dias em uma das principais atrações do MA.
Cenário de dunas e lagoas atrai visitantes de todo o país.
Lagoas e dunas fazem parte da paisagem dos Lençóis Maranhenses (Foto: Maurício Araya / G1)
Paraíso escondido no Nordeste do Brasil, os Lençóis Maranhenses são um
dos principais destinos turísticos do Maranhão. Criado em 1981, o Parque
Nacional dos Lençóis Maranhenses – com área total de 156,5 mil hectares
– integra a Rota das Emoções. As dunas – comuns nessa região do país –
são formadas pela força dos ventos, que criam uma paisagem única e
alteram constantemente sua aparência. Nesse ‘deserto’ gigante é possível encontrar lagoas formadas pelo acúmulo de água das chuvas do primeiro semestre.
Banho na Lagoa Azul é um dos atrativos dos
Lençóis Maranhenses (Foto: Maurício Araya / G1)
Um dos portais mais conhecidos dos Lençóis Maranhenses é a cidade de Barreirinhas,
a 250 km de distância da capital maranhense. Bem estruturada para
receber os visitantes, a cidade é cercada pelas águas escuras do rio
Preguiças – que leva o nome por causa da presença do simpático
bicho-preguiça. Para conhecer o roteiro, é preciso primeiro chegar a São Luís.
O transporte intermunicipal é uma alternativa para quem prefere fazer o
passeio sem intermédio de agências: do Terminal Rodoviário da capital
maranhense, saem diariamente ônibus até Barreirinhas.
Veja
algumas das opções de lazer e passeios nos Lençóis Maranhenses e roteiros complementares para fazer em cinco dias:
Dia 1
O percurso até Barreirinhas é feito por terra, em aproximadamente
quatro horas. Basta seguir pela BR-135, MA-402 (passando pelas cidades
de Bacabeira; Rosário – onde se pode fazer uma parada em um dos muitos
estabelecimentos à beira da rodovia para degustar a juçara ou açaí como é
conhecido em outras partes do país –; Axixá e Morros) e trecho da
MA-225 até chegar à porta de entrada mais conhecida dos Lençóis.
A primeira parada pode ser feita em Santo Amaro do Maranhão, município
localizado a sudoeste do parque nacional e que detém a maior parte de
seu território. A cidade é conhecida como o ‘paraíso escondido dos
Lençóis’, por ser um dos acessos quase que inexplorados ao parque. São
36 km de estrada de areia e natureza virgem, feito somente por veículos
com tração 4x4. O trajeto dura em média 1h30.
Para dormir em Santo Amaro, os visitantes podem buscar hospedagem em
casas de famílias ou fazer acampamento, já que há poucas opções de
pousadas.
Acesso é feito por trilha que passa por paisagem
de vargem (Foto: Maurício Araya / G1)
Dia 2
No dia seguinte, o destino é Barreirinhas. Para entrar no Parque
Nacional dos Lençóis Maranhenses, o visitante não precisa pagar qualquer
taxa de ingresso. O acesso é feito por veículos conhecidos como
‘jardineiras’, caminhonetes adaptadas para levar passageiros na
carroceria. Após uma rápida travessia de balsa – que
leva seis veículos por vez– pelo rio Preguiças,
o caminho é por trilha, que passa pela paisagem de vargem, comparada
por alguns turistas com a savana africana.
Com veículos mais novos, o trajeto de 12 km entre a sede de
Barreirinhas até o parque é feito em 25 minutos. Já em caminhonetes mais
antigas, o trecho pode ser percorrido em até 40 minutos, por um caminho
mais longo. Dentro do parque, as caminhadas são acompanhadas por guias
contratados.
Caminhadas pelas dunas e banhos em lagoas são atrativo (Foto: Maurício Araya / G1)
Até o mês de setembro, os visitantes podem contemplar dunas e se banhar
nas lagoas formadas pela combinação da água das chuvas e da elevação
dos lençóis freáticos. No auge da estação de seca no Maranhão – no
segundo semestre –, as lagoas ficam muito baixas, o que prejudica o
banho.
Passeio pelos principais pontos turísticos é feito
de 'voadeira' (Foto: Maurício Araya / G1)
Dia 3
O terceiro dia do roteiro pode ser dedicado ao passeio de lancha no
leito do rio Preguiças, que sofre influência da maré: leva em média 6h
entre sua cheia e vazante.
Os passeios de 'voadeira', como são conhecidas as pequenas lanchas com
capacidade para até 10 pessoas.
Durante a viagem, a lancha pode atracar em alguns dos bancos de areia
formados no meio do rio Preguiças.
A dica do
G1 é fazer o passeio a partir das 15h, já
que o percurso pode ser feito com tranquilidade em até três horas. O
motivo? No fim do passeio, o turista pode apreciar um espetáculo único
do pôr do sol a bordo da lancha.
Pôr do sol desde o rio Preguiças (Foto: Maurício Araya / G1)
Vista do alto do Farol de Mandacaru
(Foto: Maurício Araya / G1)
Dia 4
Quem vai a Barreirinhas não pode deixar de visitar o Farol de Preguiças
ou Farol de Mandacaru. A estrutura fica localizada no povoado de
Mandacaru, e para cortar caminho o melhor acesso é pelo rio Preguiças.
Após subida de 160 degraus, uma incrível vista da foz do rio Preguiças.
No mesmo povoado, o turista encontra peças do artesanato da região,
como artigos de cestaria, pessoais (como bolsas, sandálias e bijuterias)
e domésticos (redes para dormir, cortinas, etc.), todos oriundos da
fibra de buriti – palmeira predominante na região.
Em Vassouras, turista pode observar e interagir com macacos-prego (Foto: Maurício Araya / G1)
De ‘voadeira’ o turista chega, ainda, ao povoado de Vassouras, no local
conhecido como Ilha dos Macacos. Lá, é possível observar e interagir
com vários os pequenos macacos-prego.
Duna de areia invade o rio Preguiças
(Foto: Maurício Araya / G1)
Dia 5
No último dia, o turista deve visitar alguns roteiros alternativos dos
Lençóis Maranhenses. Pela MA-315, a primeira parada é na praia de Caburé
e Atins, onde há o encontro do Oceano Atlântico com o rio. De lá, com a
maré baixa, pode-se seguir para a cidade de Paulino Neves, na praia dos
Tocos, localidade deserta e com uma extensa faixa de areia.
Voltando à MA-315, em 30 minutos se chega à cidade de Tutoia,
localizada na região do Baixo Parnaíba, e de onde saem os passeios para o
Delta do Parnaíba ou Delta das Américas, com 73 ilhas fluviais entre os
Estados do Maranhão e Piauí.
Mais uma vez, a dica é fazer o passeio pela tarde: ao fim do dia, o
turista pode observar a revoada dos guarás – ave de coloração vermelha
com grande presença no Maranhão – na Ilha do Caju.
Atrações culturais
Na última semana do mês de julho, ocorre a tradicional festa do
vaqueiro de Barreirinhas. O evento é considerado o maior do gênero da
região e é embalado por grupos de forró. Neste ano, a ‘Vaquejada
Regional dos Lençóis Maranhenses’ vai para sua 32ª edição.
Já no início do mês de agosto, a programação é para quem curte jazz e
blues. Um festival, que está na sua sétima edição, faz aumentar o fluxo
de turistas na cidade. Neste ano, o Lençóis Jazz e Blues Festival ocorre
entre 7 e 9 de agosto. Na programação, grupos de São Paulo, Rio de
Janeiro, Paraná e, claro, do Maranhão.
Dicas:
Antes de viajar, é preciso planejar bem o roteiro com certa
antecedência, inclusive para conseguir bons descontos – seja em alta ou
baixa temporada. É preciso estar atento também ao calendário de chuvas.
Entre maio e agosto, as lagoas estão bem cheias. De setembro a outubro e
fevereiro a abril, o banho nas lagoas é limitado pelo nível médio das
lagoas. Já no auge do 'verão' (de novembro a janeiro), como é chamado o
período de estiagem no litoral do Nordeste, o nível das águas é bem
baixo.
Até o fim de agosto, o turista encontra lagoas cheias nos Lençóis Maranhenses (Foto: Maurício Araya / G1)
Ao todo, 15 empresas oferecem pacotes de visita aos Lençóis Maranhenses
em Barreirinhas. Ao comparar os valores dos passeios ou serviços, o
visitante deve evitar aquelas que oferecem os preços abaixo do mercado,
porque geralmente utilizam veículos mais antigos ou sem manutenção, o
que pode estragar o passeio.
Vale experimentar
Na Beira-Rio e Praça da Matriz, no Centro de Barreirinhas, pode-se
encontrar restaurantes que oferecem pratos típicos do Maranhão. Entre as
opções, estão pratos inspirados na Rota das Emoções, como arroz de cuxá
com mariscos, abacaxi recheado com camarão, pirão, farofa de cuscuz e
carne de sol ao molho de queijo coalho.
Pôr do sol observado desde a comunidade de Tapuio (Foto: Maurício Araya / G1)
Estando em Barreirinhas, o turista não pode deixar de visitar a
comunidade de Tapuio, onde se localiza a Casa de Farinha. O acesso é
feito por lancha. Duzentas famílias habitam o local. A casa é
compartilhada pelas famílias conforme a necessidade de cada uma, e a
maior parte da produção é para o consumo próprio – atendendo a um
costume de vários anos. No ambiente, o visitante conhece e vive a
experiência de todas as etapas de produção da famosa farinha-d’água.
Fonte: http://g1.globo.com.br