segunda-feira, 3 de abril de 2017

Guia completo para quem anima ir de carro até Buenos Aires

Confira dicas e roteiros para ir de carro até Buenos Aires, na Argentina

 

Puente Leonel Viera, entre Punta del Este e La Barra, no Uruguai (foto: Eduardo Vessoni) 
Puente Leonel Viera, entre Punta del Este e La Barra, no Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)


Quem chega por vias aéreas na capital argentina não sabe, mas os 3.300 quilômetros que separam São Paulo e Buenos Aires guardam atrações capazes de fazer viajantes trocar a rapidez dos aviões pela beleza de um dos roteiros rodoviários mais cenográficos do Brasil.
Nesta viagem, em que o “estar” vale mais do que “chegar”, a estrada é protagonista e o cenário são serras escondidas, vales profundos, navios naufragados e cidades históricas.
Conheça roteiro para ir de carro, entre São Paulo e Buenos Aires:

SÃO PAULO

A viagem começa na rodovia Régis Bittencourt (BR 116), mas o trecho paulista dessa viagem até a capital da Argentina conta com poucas atrações que mereçam uma parada mais demorada.
Localizada a 194 km de São Paulo, a cidade de Registro marca a metade da viagem até Curitiba e serve como parada para descanso ou para uma primeira refeição. 

PARANÁ

Estrada da Graciosa

Vista da Estrada da Graciosa, no Paraná (foto: Eduardo Vessoni)
Vista da Estrada da Graciosa, no Paraná (foto: Eduardo Vessoni)

Com quase 30 km de extensão, a PR-410 começou a ser construída em 1854 como caminho colonial e, atualmente, cruza uma das áreas de Mata Atlântica em melhor estado de preservação em todo o Brasil.
Suas curvas sinuosas ainda abrigam alguns trechos de paralelepípedos, por isso tire o pé do acelerador e aproveite para visitar um dos mirantes com vista panorâmica da Serra do Mar. Destaque para os quiosques que vendem a famosa coxinha de aipim, ao longo do caminho.

Morretes

Vista do rio, em Morretes, no Paraná (foto: Eduardo Vessoni)
Vista do rio Nhundiaquara, em Morretes, no Paraná (foto: Eduardo Vessoni)

A 380 km de São Paulo, essa cidade histórica do Paraná é uma das mais antigas do estado e surpreende pelo bem conservado casario colonial erguido às margens do rio Nhundiaquara.
Programe-se para chegar próximo ao horário do almoço. Dê uma volta pelo centro histórico e prove o regional ‘barreado’, prato de origem cabocla em que a carne é cozida em panela de barro vedada com farinha de mandioca por mais de 12 horas.
Situado entre a capital paranaense e o litoral, esse destino abriga também atrações para amantes do turismo de aventura como cachoeiras, bosques, lagos como a Cascatinha (a 5 km de Morretes e formado pelas águas do rio Marumbi), picos para prática de montanhismo (como o Pico Marumbi, montanha a 1.539 metros de altitude) e trilhas como as dos saltos dos Macacos e o do Redondo, quedas de até 70 metros que formam piscinas naturais e têm acesso por trilhas de três horas que saem de Engenheiro Lange e Porto de Cima.

Balsa Guaratuba

Região da travessia, entre Paraná e Santa Catarina (foto: Eduardo Vessoni)
Região da travessia, entre Paraná e Santa Catarina (foto: Eduardo Vessoni)

A balsa entre o balneário de Caiobá e Guaratuba serve de transporte do Paraná para Santa Catarina pela baía de Guaratuba.
Embora seja 24 horas, o serviço é melhor aproveitado antes do entardecer, quando a região assiste a um dos mais belos finais de tarde daqueles estados.
O motorista deve seguir pelas estradas PR- 410 e PR-227 no sentido Paranaguá. Do outro lado, deve-se seguir pela PR-412 em direção a Garuva e de lá até Florianópolis pela BR-101. A distância até a capital de Santa Catarina é de 200 km.

SANTA CATARINA

 

Casario de Ribeirão da Ilha (foto: Eduardo Vessoni)
Casario de Ribeirão da Ilha (foto: Eduardo Vessoni)

Florianópolis está a 330 km de Morretes e é a primeira parada em uma grande cidade em todo o roteiro.
Mas o agito da capital catarinense combina pouco com o espírito off road dessa viagem até Buenos Aires. Por isso, evite excessos nessa noite e aproveite a infraestrutura da cidade catarinense para fazer eventuais abastecimentos de combustível e de comida.

Urubici

Vales profundos, montanhas recortadas por estradas estreitas e um dos climas mais frios do Brasil recebem os viajantes em uma das paradas mais cenográficas de todo o roteiro.
Localizada a 165 km de Florianópolis, a região ficou conhecida pelos 17,8° negativos registrados, em 1996. Mas esse destino da Serra Catarinense é famoso também como o ‘ponto habitado mais alto do Brasil’ e abriga o impressionante Morro da Igreja, no Parque Nacional de São Joaquim, onde fica a curiosa Pedra Furada, uma rocha com uma fenda central de 30 metros de diâmetro.
Morro da Igreja e Pedra Furada, na Serra Catarinense (foto: Otávio Nogueira/Flickr-Creative Commons)
Morro da Igreja e Pedra Furada, na Serra Catarinense (foto: Otávio Nogueira/Flickr-Creative Commons)

A região tem também a Serra do Corvo Branco, uma sequência de montanhas que fazem divisa com o município de Grão-Pará. Esse atrativo a 27 km de Urubici está a 1.150 metros de altitude e possui a maior fenda em uma rocha arenítica de todo o Brasil, com um corte de 90 metros de altura.
Apenas motoristas experientes devem encarar suas vertiginosas curvas, por isso deixe o carro em um estacionamento localizado na entrada da atração e vá a pé em direção ao zigue zague de curvas da estrada que segue a cidades próximas.

Serra do Rio do Rastro

Vista da Serra do Rio do Rastro (foto: Otávio Nogueira/Flickr-Creative Commons)
Vista da Serra do Rio do Rastro (foto: Otávio Nogueira/Flickr-Creative Commons)
Mais uma vez a estrada é protagonista.



Comece a impressionante descida de 73 km a partir de Urubici pelas SC-430 e SC-438. Antes de se lançar nas curvas da SC-438, faça uma parada no Mirante da Serra para observar do alto a estrada que risca aquelas montanhas em direção ao nível do mar.

A parada final desse dia é em Torres, no extremo norte do litoral do Rio Grande do Sul e a 170 km distância.

RIO GRANDE DO SUL

Torres

Praia vista de uma das torres naurais do destino (foto: Valdiney Pimenta/Flickr-Creative Commons)
Praia vista de uma das torres naturais do destino (foto: Valdiney Pimenta/Flickr-Creative Commons)
A boa estrutura da cidade pode ajudar o motorista a recarregar as energias em mais uma noite de parada.



O destino abriga os famosos paredões rochosos que recortam as praias locais e a única ilha do Brasil a contar com uma colônia de lobos marinhos, uma reserva ecológica conhecida como Ilha dos Lobos.

Parque Eólico de Osório

Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul (foto: Eduardo Vessoni)
Parque Eólico de Osório, no Rio Grande do Sul (foto: Eduardo Vessoni)

O maior parque fornecedor de energia do gênero de todo o continente possui um mirante na Estrada da Capivara, a dois quilômetros de Osório, e rende boas fotos de suas torres gigantes de 98 metros de altura.
Localizado a 90 km de Torres, pela BR 101, o atrativo realiza visitas guiadas gratuitas que podem ser agendadas pelo site .

Rumo a Buenos Aires

O corpo já dá sinais de cansaço, mas o espírito aventureiro ainda encontra tempo para seguir mais alguns quilômetros adiante, quase na fronteira com o vizinho Uruguai.
O motorista deve seguir até Mostardas, a 150 km de Osório (pelos 40 km da BR 101 até Capivari do Sul e mais 120 km até Mostardas). Dali, siga pela BR 101 até São José do Norte, a 155 km.
Setor de travessia, entre São José do Norte e Rio Grande, no Rio Grande do Sul (foto: Eduardo Vessoni)
Setor de travessia, entre São José do Norte e Rio Grande, no Rio Grande do Sul (foto: Eduardo Vessoni)

Neste dia, é realizada outra travessia de balsa, entre São José do Norte e Rio Grande. Programe sua passagem de acordo com os poucos horários em que o serviço é oferecido. O casario colonial de São José pode ser um bom passeio para quem chega adiantado para pegar a balsa.

Balneário do Cassino

Rio Grande é porta de entrada para este balneário de 1890, declarado o mais antigo do Brasil.
O destaque é a Praia do Cassino, faixa de areia com 254 km de extensão, considerada a maior praia do mundo.
Praia do Cassino e o navio Altair (foto: Eduardo Vessoni)
Praia do Cassino e o navio Altair (foto: Eduardo Vessoni)

O mar agitado não convida para banhos, mas quem estiver a bordo de automóveis 4×4 ou bicicleta pode fazer uma parada na região para cruzar trechos de praia invadidos pelas águas do mar violento.
Uma das atrações mais interessantes é o Altair, navio que naufragou na região em 1976. Suas ruínas ainda são engolidas pela areia do mar e pela ação da corrosão de sua estrutura, o que significa que esta atração está com os dias contados.

Reserva Ecológica do Taim

Reserva Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul (foto: Eduardo Vessoni)
Reserva Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul (foto: Eduardo Vessoni)

Essa área preservada de 34 mil hectares fica entre a Lagoa Mirim e o Atlântico, no extremo sul do Brasil.
Declarada importante berçário de aves migratórias, a região é habitat também de animais como jacaré-de-papo-amarelo, cisne-de-pescoço-preto e capivaras.

Chuí

A 240 km de Rio Grande, pelas estradas BR 101 e BR 471, é no Chuí que o motorista começa a se preparar para cruzar a fronteira internacional entre o Brasil e o Uruguai.
Sem muitas atrações de apelo turístico, o local é ideal para realizar os trâmites de alfândega e a emissão da Carta Verde (veja procedimentos mais abaixo).

URUGUAI

Parque Nacional Santa Teresa

Parque Nacional Santa Teresa, no Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)
Parque Nacional Santa Teresa, no Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)

Um dos atrativos deste parque uruguaio é a Fortaleza Santa Teresa, construção portuguesa de 1762. A atração está localizada no km 303 da Ruta 9, a 42 km da fronteira brasileira.

Punta del Este

Monumento Los Dedos, na praia Brava, em Punta del Este, no Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)
Monumento Los Dedos, na praia Brava, em Punta del Este, no Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)

Localizado a 220 km do Chuí, pela Ruta 9, este balneário uruguaio serve como a primeira parada em território internacional. Para fugir do agito desta cidade popular entre brasileiros, fuja para a boêmia José Ignacio, a 45 km dali.

Montevidéu

Montevidéu, capital do Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)
Montevidéu, capital do Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)

A capital uruguaia se encontra a 130 km de Punta, pela Ruta 1, conhecida também como Ruta Interbalnearia.

Colonia del Sacramento

Colonia del Sacramento, um dos cenários históricos mais belos do pequeno Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)
Colonia del Sacramento, um dos cenários históricos mais belos do pequeno Uruguai (foto: Eduardo Vessoni)

Localizada a 180 km de Montevidéu, esta cidade histórica é declarada Patrimônio da Humanidade, pela Unesco, e possui um compacto centro histórico capaz de congelar o visitante no tempo.


ARGENTINA

Buenos Aires

Buenos AIres (foto: Nestor Galina/Flickr-Creative Commons)
Buenos AIres (foto: Nestor Galina/Flickr-Creative Commons)

A travessia de barco entre a uruguaia Colonia e a capital argentina dura 1h15, aproximadamente.
O serviço é oferecido pelas empresas Buquebus e Colonia Express.
Termine então a viagem, em grande estilo, chegando de carro em pleno Puerto Madero, já em Buenos Aires.
Desembarcado, agora é a sua vez de planejar os próximos dias na sempre obrigatória Buenos Aires.



VEJA DICAS

Antes de ir

⇒ Embora o roteiro possa ser feito com qualquer tipo de automóvel, inclusive os modelos 1.0,  não pegue a estrada sem fazer uma revisão completa da parte mecânica e dos pneus do seu carro;
⇒ Caixa de ferramentas, lanternas e utensílios extras como fita adesiva facilitam pequenos reparos. Não se esqueça também de itens obrigatórios como macaco e triângulo;
⇒ Mapas dos destinos a serem visitados, GPS, navegador e rádios (para motoristas que viajam em grupo) podem ajudar na preparação e acompanhamento da rota.
⇒ Estabeleça seu roteiro no sentido contrário, começando sempre pelo último lugar a ser visitado. Dessa forma é possível calcular o tempo real necessário de ida e volta;
⇒ Países do Mercosul exigem o porte da Carta Verde, um seguro obrigatório para automóveis brasileiros que circulam pelo Paraguai, Uruguai e Argentina, cujo valor varia com a duração da viagem. O documento pode ser emitido em corretoras brasileiras, agências do Banco do Brasil ou em despachantes e estabelecimentos comerciais do Chuí, na fronteira com o Uruguai.
⇒ O motorista também deve portar RG ou passaporte válido, comprovante de propriedade do veículo e CNH brasileira;

Durante a viagem

⇒ Prefira os deslocamentos diurnos entre destinos, sobretudo em regiões de terreno acidentado;
⇒ Se estiver acompanhado, faça um revezamento de motoristas a cada duas horas ou, para quem viaja sozinho, programe paradas breves;
⇒ Cuidados devem ser tomados em trechos críticos da rota como a Régis Bittencourt (a BR 116 que liga São Paulo a Curitiba); a BR 101, entre a capital paranaense e Santa Catarina, devido ao excesso de caminhões; e a BR 471 por conta do alto número de capivaras da Reserva Ecológica do Taim que cruzam esta rodovia federal.
* fonte: TSO Brasil (www.tsobrasil.com.br)
Fonte:http://viagemempauta.com.br/2017/01/20/confira-dicas-e-roteiros-para-ir-ate-buenos-aires-de-carro/

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