Porta de entrada para a imensa região da Patagônia, Bariloche é o
destino de neve por excelência, mas também acolhe quem quiser aproveitar
as outras estações do ano. Cercada de lagos, montanhas e florestas, tem
um centrinho adorável e excelente estrutura. Estudantes argentinos e
também os brasileiros elegem o destino para suas celebrações, tanto no
inverno quanto no verão. Chalés à beira do lago, refúgios na montanha,
campings, hostels, hotéis mais ou menos baratos: as alternativas de
hospedagem são imensas e a oferta do que fazer, ampla e variada.
A
pequena San Carlos de Bariloche tem muita história para contar. No
Museu Antropológico da Associação de Paleontologia de Bariloche há
registros de até 300 milhões de anos atrás – com um ictiossauro que
teria vivido na região há 150 milhões de anos. Os tempos mais recentes
são contados no Museu da Patagônia, cujos objetos e textos mostram como
era a pré-história da região, como habitavam os primeiros povos
(mapuches e tehuelches entre eles), quem foi e o que fez Perito Moreno, o
primeiro explorador, até chegar aos dias de hoje. Tema mais prosaico é o
do Museu do Chocolate, que permite visitar as instalações e o processo
de produção de uma antiga fábrica da marca Fenoglio, depois comprada
pela Havanna. O tour acaba em degustação.
Em
temporada alta, tanto no inverno quanto no verão, a noite ferve nos
bares, pubs, boates e cassinos. Sobretudo quando há feriados nacionais
em que estudantes aproveitam para vivir la vida loca. A maioria das
casas noturnas fica no centro e as baladas começam a encher a partir de
1h. Nos pubs em estilo irlandês, shows de rock ao vivo com banda cover
dão o tom da noite. Uma festa clássica se inicia na Cervecería Blest, a
fábrica de cerveja artesanal mais antiga da Argentina.
O
trio que melhor simboliza a culinária de Bariloche é formado por carne,
vinho e chocolate. Mas há muitas variações e alternativas: massas,
tortas e fondues são clássicos do inverno; carnes de caça (javali,
cordeiro, cervo, coelho) e pescados (truta e salmão) representam a
cultura patagônica e casas de chá supercaprichadas acabam virando
lugares para refeições completas. Chocolovers se sentirão abraçados em
cada esquina: são tantas as casas especializadas em chocolate que o
centro da cidade tem aroma adocicado.
O
que fazer em Bariloche? Comer, esquiar e amar poderia resumir bem o
espírito de Bariloche no inverno, quando o destino atrai tanto fãs da
boa carne, do vinho e do chocolate quanto esquiadores profissionais e
iniciantes e também casais em busca de um destino romântico.
O
Cerro Catedral é a principal estação de esqui. Tem mais de 100
quilômetros de pistas de todas as dificuldades e 32 meios de elevação. A
bordo de um deles, é possível ver os esquiadores virarem formiguinhas
no meio do branco da neve. As montanhas Otto e Campanário também são
bastante requisitadas para os esportes de inverno enquanto o Cerro
Tronador, um pouco mais distante, é o mais alto da região e tem um
mirante de onde se avista a divisa com o Chile. A melhor maneira de
conhecer as lindas paisagens do entorno do lago Nahuel Huapi – que dá
nome ao parque nacional que engloba toda a região – é contratando
pequenas excursões: o Circuito Chico percorre 65 quilômetros e o Grande,
240 quilômetros (dura dois dias e meio). Um dos pontos altos desses
roteiros é o Hotel Llao Llao, cartão postal da cidade.
Também é
possível fazer passeios em barco ou trem a vapor. No fim da tarde, o
ponto de encontro é o Centro Cívico, a praça principal, ao redor da qual
se encontram cafés, confiterías, restaurantes e lojinhas.
Os
produtos de inverno são o ponto alto do comércio em Bariloche. Artigos
de couro, roupas de lã e acessórios para esportes na neve fazem grande
sucesso. O centro abriga as principais lojas, em especial o corredor das
ruas Mitre e San Martín. Tanto no Mercado Artesão quanto na Feira do
Artesanato é possível achar boas peças de frio, além de artigos de
madeira, cerâmica e antiguidades.
As tradicionais chocolaterias
também atraem ampla clientela. As mais famosas são a Abuela Goye e a
Mamuschka, que vendem chocolates em diversos sabores e formatos. Não
haverá desculpas para deixar de trazer uma lembrancinha aos amigos e
parentes.
Os
ônibus levam para todos os cantos da cidade. Os principais pontos ficam
nas ruas San Martín, Moreno e Palacios – as linhas 10, 20 e 50 são as
mais turísticas. No centrinho, considere andar só a pé. Fora dali, pegue
um táxi para distâncias maiores: não sai tão caro. Para subir as
imponentes montanhas de esqui, aproveite os teleféricos. Já o aeroporto
de Bariloche encontra-se a 13 quilômetros do centro e é acessível de
ônibus ou carro.

Cerro Otto, Bariloche