sexta-feira, 6 de março de 2020

Abrolhos, Parque Nacional Marinho, dicas de como conhecer


Parece até uma daquelas histórias imaginadas por pescadores, sobre faixas de areia isoladas e baleias que se erguem diante da proa do barco. Entretanto, esses cenários desenham um roteiro de história e belas paisagens pelo extremo sul da Bahia.
Caravelas é o ponto de partida, a 250 quilômetros de Porto Seguro. Considerada uma das cidades mais antigas do país, fundada em 1503, ela é um dos municípios que formam a Costa das Baleias.
Além de ser aquele tipo de lugar para ver a maré descer sem pressa, é, também, o lugar que passa longe da abordagem comercial agressiva de outras paragens turísticas da Bahia.
Porém, quem chega a Caravelas parece só ter uma única direção: o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, arquipélago localizado a 70 quilômetros da costa baiana.
Criado no início dos anos 1980 como o primeiro parque nacional marinho do Brasil, Abrolhos possui mais de 91 mil hectares, reunindo grande biodiversidades.

Dicas de hotéis em Caravelas 

Marina Porto Abrolhos

A 11 km do centro, na tranquila Praia do Grauçá, o hotel tem amplos bangalôs de dois andares. Além disso, todos os seus bangalôs são projetados no estilo da Polinésia.

Abrolhos Dive Inn

Com instalações para a prática de esportes aquáticos, o hotel oferece também bicicletas gratuitas. A recepção está aberta 24 horas e o hotel oferece transfer para o aeroporto. Opções de café da manhã continental e sem glúten estão disponíveis todas as manhãs no Abrolhos Dive Inn.

Casa Rosa – Mar Doce de Abrolhos

Esta casa de temporada possui acomodações com wi-fi gratuito e vista para o rio. Para quem gosta de praticar atividades ao ar livre, dá para fazer trilhas a pé e pesca, por exemplo. A Casa Rosa – Mar Doce de Abrolhos dispõe de 2 quartos, cozinha com micro-ondas e geladeira, além de 3 banheiros com banheira ou chuveiro, amenidades de banho gratuitas e máquina de lavar roupa.

Pousada das Sereias 

Esta pousada dispõe de quartos com ar-condicionado e também acomodações para família. Os hóspedes têm à sua disposição um restaurante e um bar, além de um jardim e wi-fi nas acomodações.

Ilhas de Abrolhos (foto: shutterstock)
Ilhas de Abrolhos (foto: shutterstock)

Baleias jubarte em Abrolhos 

Durante a temporada de baleias jubarte, entre julho e novembro, os animais deixam as águas frias da Antártida para se reproduzirem na região de Abrolhos.
“O ambiente de águas rasas e aquecidas, entre o extremo sul da Bahia e o norte do Espírito Santo, é perfeito para a criação dos filhotes”, explica Eduardo Camargo, diretor executivo do Projeto Baleia Jubarte.
E os números falam por si só: de acordo com o censo de 2015, a região recebeu entre 15 mil e 17 mil baleias.

Baleia jubarte (foto: shutterstock)
Baleia jubarte (foto: shutterstock)

E se aqueles gigantes marinhos sempre lembram a rota migratória, certamente o turista que os vê diante dos olhos nunca mais esquece.
Tem baleia debaixo das embarcações, nas laterais, erguendo-se diante da proa, dando saltos que permitem ver até 2/3 de seu corpo e, por fim, exibindo nadadeiras que parecem acenar para quem está embarcando.
O destino abriga, inclusive, uma antiga estação baleeira, que produzia óleo de baleia para ser usado nas lamparinas da cidade e até na construção civil.
No centro histórico de Caravelas, os casarões em estilo neoclássico do século 19, assim como as paredes da Igreja Matriz de Santo Antônio, foram erguidos com óleo de baleia.

Igreja Matriz de Santo Antônio, Caravelas (foto: shutterstock)
Igreja Matriz de Santo Antônio, Caravelas (foto: shutterstock)


O que fazer em Abrolhos?


As embarcações turísticas saem de Caravelas e fazem uma viagem que varia de três a quatro horas até Abrolhos.
O arquipélago é formado por cinco ilhas, mas apenas em uma é permitido o desembarque de visitantes. Na Ilha Siriba, por exemplo, é possível fazer uma curta caminhada sob orientação rígida dos monitores do ICMBio.
Os poucos forasteiros que encaram a longa viagem até lá, entretanto, têm uma recompensa: um mar de águas cristalinas e uma simpática população de grazinas e atobás brancos, que fazem seus ninhos ao longo da trilha.

Farol de Santa Barbara (foto: shutterstock)
Farol de Santa Bárbara (foto: shutterstock)

Algumas agências que operam em Abrolhos têm autorização especial para desembarque de passageiros na Santa Bárbara, ilha que fica fora da área do parque nacional e não permite desembarque de turistas.
Essa é, aliás, a maior de todo o arquipélago e serve, inclusive, de moradia temporária para cientistas e militares. Neste local, o maior atrativo é o farol.
Em funcionamento desde 1861, a construção tem alcance luminoso de mais de 80 quilômetros de distância e pode ser aceso pelo próprio turista nas visitas guiadas de final de tarde.
Quem faz os passeios de um dia pode realizar, também, atividades como observação de aves, snorkeling e mergulho de batismo com cilindro, por exemplo.

Mergulho em Abrolhos


Se para Charles Darwin as ilhas de Abrolhos eram “de um verde brilhante”, mergulhar por ali é submergir em um mundo aquático de tons únicos.
Feitos apenas com o acompanhamento de um condutor subaquático cadastrado pelo parque, os mergulhos permitem ver de perto a estrutura que assustou navegadores nos séculos passados: os chapeirões.
Únicas no mundo, essas formações são colunas de corais que emergem do fundo do mar, em forma de cogumelos gigantes que podem chegar a 35 metros de altura.
Uma delas é o Chapeirão Faca Cega, um dos pontos de mergulhos menos explorados, por causa da complexidade da operação.
Durante os mergulhos com cilindro, por exemplo, é possível visitar naufrágios históricos da região, como o cargueiro alemão Santa Catharina, abatido por uma embarcação inglesa em plena Primeira Guerra Mundial.

Mergulho em Abrolhos (foto: shutterstock)
Mergulho em Abrolhos (foto: shutterstock)

Para viver tudo aquilo sem pressa, em um destino que não conta com estrutura turística como hotéis ou restaurante, a melhor opção é embarcar em um dos liveaboards que operam no arquipélago.
São barcos com roteiros exclusivos para mergulhadores e acompanhantes que contam com estrutura como cabines, banheiros, praça de mergulho, tripulação especializada e todas as refeições ao longo de três dias de navegação.
Na Horizonte Aberto, os catamarãs abrigam até 12 pessoas e contam com saídas diárias para mergulho, intercaladas com passeios extras, como as visitas às ilhas Siriba e Santa Bárbara.
Além do mais, a cada retorno do fundo do mar, sempre tem uma mesa posta com frutas e bolos, feitos ali na embarcação. Ou seja, experiência completa.

Observação de baleias dos barcos liveaboards
Observação de baleias dos barcos liveaboards (foto: shutterstock)

Em um mesmo dia, dá para ver o o sol pintar a Ilha de Santa Bárbara, mergulhar entre estruturas únicas de corais, fazer snorkel em águas turquesas da ilha Siriba e muito mais.
E isso porque ainda têm mais dois dias inteiros de exploração em Abrolhos.

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